quinta-feira, 22 de setembro de 2011

O que é seu

És de lua, beleza certa
Que volto a perceber no correr dos dias
A harmonia de suas cores, dores, apelos, segredos, sorrisos
Risos de chegada, risos de partida, risos que encantam
Risos que me encantam

Há muito escrevi um poema pra ti
Era curto, cheio de erros, mas era seu
Assim como meu sorriso, minha palavra
O abraço de todos os dias a tarde
O afeto. O fato. O ato

Mas o desacerto da vida
nos colocou nas pausas e vírgulas
E, assim como esse tudo que era seu
O seu poema também ficou na estrada

Estrada longa, a passos lentos.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

O fato é que...

O fato é que estamos demasiadamente perdidos, meu caro amigo.
E, de fato, essa perda não encontra saída a não ser perder-se em meio a tantos "onde", "cadê", "sinto lhe dizer"...
E, sinto lhe dizer, mas ando descontruindo castelos que outrora vi formarem-se nas areias errantes da nossa vida. Aquela vida que sonhávamos nos degraus do conhecimento, em meio a tardes regadas à cafés, cigarros, textos malditos, malditos dias de problemas existenciais e existências superficiais..
Dizer que já não espero o mesmo acontecer hoje seria ilusão.
Corremos tanto para alçar voos longos e distantes, que se quer lembramos de tocar o chão. E ele é mais curel do que o pensando quando a queda torna-se inevitável...

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Em queda-livre

Joker, vou postar um de seus textos que considero perfeito!

O INEFÁVEL...

Fuçando o indizível,
lapidando a palavra em pedra
até um ápice irreconhecível,
estrangulando o português
e os idiomas que já nem sei...

Tudo se esvai, lentamente,
como num conta-gotas,
num contratempo,
num contra-ataque...

Um salto no escuro
pro outro lado do muro
e o grito de vertigem mudo -
o medo implorando um escudo,
uma escada, a saída de emergência...

Mas na beira do abismo, em silêncio,
aprecio a melhor de todas as paisagens...

da queda, eu aproveitaria o vôo;
do impacto, a força; da morte, a vida;
do amor, o inefável.
(Joker Clown)

Uma coisa só

O tudo que há
o nada que vem

O vir-a-ser
o nascer, o crescer
O estar

O amor, a dor
a paixão, o caos
Perfeita simetria

O acaso, o descaso
o moral, o ilegal

Aqui dentro, lá fora
na parede do seu quarto
No meu corpo, seu corpo
O 'nós', os nós

O tudo
O tudo que é uma coisa só.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Super nova

Aprendi desde muito cedo a contar estrelas. E aprendi também que cada coisa tem o seu lugar, e estrelas são para se contar de longe, apreciar sua beleza e seu mistério, sem poder tocá-las...
Aprendi também que explosões são para militares e terroristas e, no sentido mais pejorativo possível, devastam tudos e todos num raio de 'n' kilómetros...

Mas, tem coisas que a gente não aprende...

 Ando contando estrelas e explosões astronômicas...
Ando com medo da queda, de saltar da pedra mais alta, de enchergar a imensidão azul do mar por dentro do céu...e o céu anda mais perto do que eu possa imaginar..

E de imaginação eu vivo....
 Não. Essa frase não é certa.

A imaginação se foi quando meus olhos viram a supernova da minha vida...Platão ficou lá fora, e o real hoje me toca de uma forma irresistível...me toca hoje, me tocou ontem e, certamente, amanhã já é rotina...
Ontem, no meio de um café, um Curinga me disse: "aprecie a queda.."
To caindo todos os dias...o vento leve só me tráz a certeza de que o medo está presente. É bom, mas assusta...

E o chão?
Não sei.
Só sei que as estrelas já não tem mais o lugar que me ensinaram...e que explosões da alma e coração existem de verdade.