quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Em queda-livre

Joker, vou postar um de seus textos que considero perfeito!

O INEFÁVEL...

Fuçando o indizível,
lapidando a palavra em pedra
até um ápice irreconhecível,
estrangulando o português
e os idiomas que já nem sei...

Tudo se esvai, lentamente,
como num conta-gotas,
num contratempo,
num contra-ataque...

Um salto no escuro
pro outro lado do muro
e o grito de vertigem mudo -
o medo implorando um escudo,
uma escada, a saída de emergência...

Mas na beira do abismo, em silêncio,
aprecio a melhor de todas as paisagens...

da queda, eu aproveitaria o vôo;
do impacto, a força; da morte, a vida;
do amor, o inefável.
(Joker Clown)

Uma coisa só

O tudo que há
o nada que vem

O vir-a-ser
o nascer, o crescer
O estar

O amor, a dor
a paixão, o caos
Perfeita simetria

O acaso, o descaso
o moral, o ilegal

Aqui dentro, lá fora
na parede do seu quarto
No meu corpo, seu corpo
O 'nós', os nós

O tudo
O tudo que é uma coisa só.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Super nova

Aprendi desde muito cedo a contar estrelas. E aprendi também que cada coisa tem o seu lugar, e estrelas são para se contar de longe, apreciar sua beleza e seu mistério, sem poder tocá-las...
Aprendi também que explosões são para militares e terroristas e, no sentido mais pejorativo possível, devastam tudos e todos num raio de 'n' kilómetros...

Mas, tem coisas que a gente não aprende...

 Ando contando estrelas e explosões astronômicas...
Ando com medo da queda, de saltar da pedra mais alta, de enchergar a imensidão azul do mar por dentro do céu...e o céu anda mais perto do que eu possa imaginar..

E de imaginação eu vivo....
 Não. Essa frase não é certa.

A imaginação se foi quando meus olhos viram a supernova da minha vida...Platão ficou lá fora, e o real hoje me toca de uma forma irresistível...me toca hoje, me tocou ontem e, certamente, amanhã já é rotina...
Ontem, no meio de um café, um Curinga me disse: "aprecie a queda.."
To caindo todos os dias...o vento leve só me tráz a certeza de que o medo está presente. É bom, mas assusta...

E o chão?
Não sei.
Só sei que as estrelas já não tem mais o lugar que me ensinaram...e que explosões da alma e coração existem de verdade.